viernes, 6 de junio de 2008

Mais amigos

Serginho estava visívelmente envergonhado, mas Carolina também estava. Não se olharam muitas vezes. Evitavam propositadamente por não se conhecerem, mas D. Amélia tratou de deixá-los mais à vontade.
- Serginho, conte à minha Carolina sobre os bonequinhos de giz que você faz.
- Não é preciso D. Amélia. - Disse ele, tentando se esquivar de fazer comentários de seu hobbie preferido.
- Vá lá, não tenhas vergonha. Ela com certeza vai gostar muito.
Serginho tinha uma mochila nas suas costas. Tirou a mesma em silêncio, abriu e com sua mão por uns segundos cruciais para Carolina, tirou de lá uma caixinha. Olhou a mesma por mais uns segundos e lentamente, entregou à Carolina.
- Eu tinha trazido para ti, era para o seu aniversário. - Disse Serginho, timidamente.
Carolina olhou para a sua avó com os olhos a brilhar e a viu com as duas mãos dadas para a frente com a mesma sensação de surpresa e satisfação que tinha ela. Abriu a caixinha de madeira e lá dentro, em cima de um trapinho de veludo vermelho, havia uma escultura em giz. Era uma silhueta de menina com cabelos compridos, saia e um livro nas mãos na parte de trás das costas.
- Fiz pensando como você seria, de acordo com a descrição da D. Amélia. E este livro é o seu diário. Este que ganhou hoje. - Explicou Serginho, rapidamente.
- Oh... Que bonito Serginho. A mim, encantou. - Falou D. Amélia, emocionada.
- É muito bonita, mas eu não sou assim tão bonita como a escultura... - Disse Carolina, envergonhada e agradecida.
- É, pois...
Naquele momento bateram à porta e D. Amélia foi ver quem era. Não tardou muito e voltou com outros dois vizinhos. Rita e Alfredo.
- Carolina, a sua festa já está começando a se compor. Estes também são meus vizinhos. Convidei-os para virem lanchar contigo e para conhecer-los. Saõ novos moradores e ainda não conhecem ninguém, daí aproveitei o dia para virem até aqui.
- Olá... Toma. Este é seu presente de aniversário. - Falou Rita, entregando à Carolina uma fita vermelha para ela colocar no cabelo. - Eu ganhei uma de cada cor, mas acho que você fica bem com ela. Já tenho outra vermelha, esta não vai me fazer falta, e eu não tenho dinheiro para lhe comprar outra coisa.
- Oh, é linda. Obrigada. - Falou Carolina, ainda agarrada à caixinha da escultura de giz.
- Eu não trouxe nada, mas acho que a minha presença já é suficiente. - Disse Alfredo, se encurvando e beijando a parte de cima da mão vazia de Carolina.
D. Amélia ficou contente com os convites que fez e não deixou de notar a carinha de insatisfação do Serginho quando viu o gesto de Alfredo para Carolina. Deu um sorriso delicado e foi buscar o bolo.

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