sábado, 7 de junio de 2008

Um bater de corações

Naturalmente que Carolina ficou muito pertubada com o gesto do Alfredo. Ainda por cima ele era bonito e galante. Extrovertido e falador. Não obstante, falou toda a tarde de suas aventuras e fez todos rirem, menos ao Serginho, que se sentia como se alguém lhe tivesse tirado o chão que pisava.
- Tenho que ir, - Disse Serginho, de repente. Minha mãe falou para eu não demorar.
- Eu e minha irmã, podemos ficar um pouco mais D. Amélia. - Interrompeu Alfredo, sem se lamentar a ida de Serginho. - Nossa mãe, foi às compras e disse que quando chegasse, passava aqui para nos avisar.
Carolina, ainda agarrada à caixinha que o Serginho deu, olhou para ele com ternura e o acompanhou até a porta.
- Muito obrigada pela escultura, - Disse ela, amavelmente.
- Não precisa agradecer. Fiz com muito boa vontade e gostei das horas que passei a esculpi-la... Eu é que agradeço a inspiração que você me deu.
Carolina corou, mas Serginho também já não conseguiu olhar outra vez para ela. Disse um tímido adeus e correu para sua casa. Nem chegou a ouvir o adeus dos outros. Carolina ficou na porta a vê-lo até quando entrou na casa e fechou a porta atrás dele.
- Carolina, anda cá. Tenho uma coisa para lhe perguntar. - Gritou Alfredo, sem se dar conta da melancolia de Carolina. - Você gostaria de ir pescar connosco amanhã? - Temos uma vara de pesca a mais e queríamos que fosses também até ao rio. Há lá muitos peixes.
- Não, obrigada. - Disse Carolina, sem nem se dar ao trabalho de pensar no que seria um dia de pesca ao lado do falador Alfredo. - Não posso deixar de ir visitar o meu pai. Ele está em coma no Hospital e eu quero estar a seu lado, todo o tempo que puder.
- Ah, desculpe-me, eu não sabia... Mas, de qualquer forma, o convite fica feito e se mudar de idéia, a sua avó sabe onde moramos.
Neste momento, salva pelo congo, a campanhia tocou pesadamente. Parecia que quem tocava, tinha esquecido do dedo em cima dela. Era a mãe da Rita e do Alfredo. Agradeceu a D. Amélia o convite, agarrou na mão dos filhos e sem cumprimentar a Carolina, foi embora com eles. Ela já estava habituada a não ser notada, por isto, não se importou muito. Antes que sua avó fechasse a porta, ainda consegui ver que a cortina da janela da casa de Serginho estava em parte recorrida e parecia ter visto a cara e a mão dele atrás dela. Seu coração sorriu satisfeito.
No dia seguinte, Carolina foi ao Hospital acompanhada de D. Amélia, pois D. Clara telefonou e disse que não iria buscar a menina. Quando chegou lá, Marcelo estava com a sua namorada no corredor a conversar e pareciam muito apaixonados.

1 comentario:

Anónimo dijo...

Vez em quando, uma vizinha aparece a minha porta e passa a tocar pesadamente a campanhia esquecendo o dedo em cima dela, como fez D. Rita a pouco. Esse procedimento me deixa bastante irritado.
Mas, esse blá-blá-blá todo é para te dizer que vez ou outra, leio com muita atenção alguns capítulos da sua novela.
Continuie escrevendo, sempre...
Saudades
Walter