martes, 20 de mayo de 2008

O dia seguinte

Assim dormiu Carolina, assim despertou Carolina. Pensando e sonhando com a sua mãe. Levantou-se e viu que não tinha trocado a roupa do pijama, mas não se importou. Tomou um banho, e fez a higiene bucal. Olhou-se no espelho e não viu mais o seu sorriso inocente de quem espera por um dia magnífico. Viu seus olhos meio inchados do sono e das lágrimas. Sentiu pena de si mesmo. Pobre criança. Queria eu ter sido mais amigo e mais chegado a ela para que não sofresse tanto... Podia contar histórias de crianças que sofriam mais que ela e que não tem como comer ou estudar e outras coisas mais. Entretanto, penso que Carolina não me ia ouvir. Cada criança sofre o pedacinho da sua vida de acordo com o que sente e não com que o resto do mundo está a passar. Sei que quando adulto pensamos mais naquilo que se passa no resto do mundo, mas Carolina naquele momento, só queria pensar em sua mãe. E sei que não me ouviria...
Carolina, trocou-se, desceu preparada para ir à Escola, apesar de não ter nenhuma vontade. Pensava no seu pai e a cada minuto que suspirava, tentava fazer força para que acordasse outra vez e concluísse que afinal a sua vida toda até aquela hora tinha sido um longo pesadelo. Mas como sempre, os seus desejos são quebrados por um som que lhe desencanta de qualquer pensamento que lhe possa aliviar, Dona Clara lhe chamou estridentemente.
- Carolina, está na hora de levantar. Não pense que vai inventar alguma coisa para não ir à Escola.
- Já estou aqui. Não ia inventar nada. - Disse, Carolina falando em um tom mais baixo que D. Clara e aparecendo de repente à frente dela.
- Que susto! Estás maluca. Como é que vem assim de mansinho, sem dizer nada e falando já ao meu lado?! Nunca mais faça isso, ouviu? - Disse D. Clara, com uma mão no coração e a outra segurando no braço de Carolina. - Sente-se já para comer, completou.
Carolina comeu em silêncio. Parecia que a vida lhe arrastava como se ela não quizesse ser levada para lado nenhum. De repente, lembrou-se das crianças do Hospital e do Enfermeiro que era seu amigo. Talvez o Marcelo a pudesse ajudar.
Pensou e respirou ofegante, comendo mais depressa. Estava desejosa de que a manhã passasse para ir ao Hospital ver seu pai e encontrar o seu amigo.

2 comentarios:

Ilaine dijo...

Desculpe a demora, Joice!

Que bonito ficou a primeira parte, menina. Dona Clara é toda mandona e, de certa forma, maltrata a menina. Carolina sofre, mas a sua riqueza interior a faz progredir. Vamos ver como vai ser a visita no hospital...

Ainda queria te dizer, os textos estão muito bem escritos, Joice.
Prossiga assim, escritora!

beijos

Joice Worm dijo...

Olha a Ilaine aí geeeenteeee... Obrigada amiga. Vou me preocupar mais com a imaginação. De qualquer foram, para publicar a revisão será feita de qualquer maneira, mas com a ajuda de vocês aprendo ainda mais. Legal saber que estás gostando. Beijo grande da Joice!